USA Football e USA Rugby anunciaram no último dia 8 de fevereiro uma parceria para colaborar na evolução e formação de treinadores, desenvolvimento do esporte e segurança de atletas com o intuito de encorajar a consistência em como o esporte é ensinado e praticado.
A colaboração em parceria surgiu do fato das duas instituições enfatizarem o ensino da técnica adequada, especialmente na juventude.
Dan Payne, CEO da USA Rugby comenta:
“A segurança de nossos jogadores e membros tem sempre sido prioritária para nós. Estamos felizes em saber que a USA Football compartilha da mesma opinião sobre a segurança dos praticantes destes esportes. Esta parceria entre as instituições vai elevar o nível de discussão, colaboração e implementação de técnicas, resultando num ambiente mais seguro para jogadores de rugby e futebol americano nos Estados Unidos.”
Ao que tudo indica, a parceria resultará numa revolução no programa Heads Up Football, visto que a colaboração entre as entidades prevê a inserção da técnica do shoulder tackling – tackle de ombro – (fundamento comum no rugby) no programa de ensino de fundamentos de futebol americano.
Scott Hallenbeck, CEO e Diretor Executivo da USA Football comenta:
“O desenvolvimento, saúde e segurança de jovens atletas é nossa prioridade e a USA Rugby compartilha deste mesmo comprometimento. Esta colaboração permitirá que o futebol americano e rugby, que possuem similaridades no que concerne o ensino de técnicas e níveis de contato, possam avançar uniformemente e consistentemente juntos.”
Na verdade esta iniciativa não é novidade. Rocky Seto, treinador assistente de Pete Carroll na equipe dos Seattle Seahawks, conversou com um treinador inglês de futebol americano no ano de 2012 sobre a metodologia e em como ela é parecida com a de rugby. Desde 2010, os Seahawks adotam a técnica do tackle de ombro em seus treinamentos.
A ideia básica da técnica do rugby é a de mirar o quadril e coxas do adversário, usando o ombro para derrubá-lo. Enquanto na técnica tradicional de futebol americano o atleta eventualmente usa a cabeça como um membro para impedir o avanço do adversário, na nova metodologia o atleta tenta evitar qualquer tipo de contato com a cabeça.
Os resultados para a famosa “Legion of Boom” – apelido da defesa da equipe de Seattle – não poderiam ser melhores. Os Seahawks deixaram a incômoda 4ª posição no ranking de equipes com maior número de concussões, para cair abaixo da média da NFL e figurar na 21ª posição nos últimos três anos. Tal melhoria aconteceu sem haver perda na performance da equipe. Os Seahawks lideram a NFL com uma média de apenas 4,3 jardas concedidas após a recepção de seus adversários e ocupam a 5ª posição no total de jardas avançadas por running backs após o primeiro contato.
Pete Carroll fala sobre a nova metodologia em seus treinamentos:
“Já existem muitos exemplos de como alguns esportes são perigosos e nós temos que fazer tudo o que estiver em nosso alcance para fazer com que o nosso esporte se torne o mais seguro possível para os nossos atletas. E nós continuaremos a fazer isso.”
Os Seahawks produziram um vídeo que é atualizado anualmente sobre como ensinar a técnica to tackle de ombro e diversas universidades já aderiram à iniciativa. Ao que tudo indica, a USA Football (braço pedagógico da NFL) rendeu-se à metodologia e fará mudanças drásticas em seus fundamentos.
É o filho que finalmente resolveu dar ouvidos ao pai e aprender com a sua experiência.
Fontes: usafootball.com / usarugby.org / businessinsider.com
E onde está esse vídeo que o Seahawks atualiza anualmente?
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Matheus, apesar do vídeo embutido explicar os detalhes do vídeo em questão, acabei me esquecendo de inserir o link do vídeo oficial dos Seahawks. Já está atualizado, ok? Basta clicar na palavra “vídeo”. Abraços e obrigado.
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